Enquanto Satélites Dançam | While Satellites Dance
Enquanto Satélites Dançam / While Satellites Dance
PAULO ARRAIANO
TAL - RIO DE JANEIRO
(PT)
Primeira exposição individual do artista contemporâneo português Paulo Arraiano, no Brasil.
Antigo espaço da Tech Art Lab . Fábrica Bhering, Zona portuária do Rio de Janeiro. 2016
Paulo realizou inúmeras exposições, individuais e coletivas e instalações públicas site specific, das quais se destacam "Point of View" Palácio da Pena (Sintra, Portugal); "Down to Earth" The Dot Project Gallery (Londres, Inglaterra); “1/81” Museu Coa (V. N. Foz Côa, Portugal); "Fold/Fault" Forty/Forty Gallery (Varsóvia, Polônia); “Circles Of Hope”, Trädgården (Estocolmo, Suécia) entre outras. Seus trabalhos estão representados em várias coleções públicas, dentre as quais, Luciano Benetton (Itália); Zewnetrznej Sztuki Foundation; (Polônia); D. Luís Foundation / Museum Quarter, (Portugal), Grupo Pestana / Cidadela Art District (Portugal); Museé d'Art Moderne (Luxemburgo) e CAC Museum (Malaga, Espanha).
O artista apresenta suas criações produzidas em 2016, que consistem principalmente em obras bidimensionais e uma instalação. São pinturas de grande e pequena escala que, dispostas na galeria, criam um ritmo e uma sensação de afastamento e proximidade como o zoom in e zoom out, inspiradas nas relações humanas e no contexto da sociedade contemporânea, controlada por satélites artificiais.
Com o pensamento critico de seu tempo, assim como os satélites que se deslocam em órbitas, Paulo Arraiano, utiliza o movimento, e o corpo, num processo relacionado com a abstração gestual, criando uma correlação direta entre o indivíduo e seu fluxo natural. O resultado deste processo criativo culmina em imagens que se assemelham as que vemos nos registros fotográficos feitos por satélites.
Em um contexto de transformação da percepção humana, influenciada pelas inovações digitais de nossa sociedade, um diálogo é criado entre a era pós-digital e a essência orgânica do ser natural, imerso num ambiente eletrônico. Esses elementos contribuem de forma simbiótica à referencia do corpo em suas características elementares da existência humana porém, constantemente influenciado pela tecnologia. O “ato digital”, contrasta e coexiste com nossa natureza numa eterna comunicação. A influência contínua de nosso tempo acelerado, se propaga em um novo paradigma de novas mídia e realidades expandidas, que alteram nossa percepção de tempo, espaço e realidade, em contraste com a disponibilidade de contemplação.
Entre sutilezas e velocidades, interagimos através de sinais analógicos e digitais, guiados pelas informações que trafegam via satélites. Corpos em orbitas, criados pelo homem, milhares deles, flutuam constantemente longe de nossos olhos e agem direta e indiretamente em nosso cotidiano. Nós recebemos suas informações enquanto também nos movemos em diversas rotas, em velocidades variadas, virtualmente conectando a terra ao céu. A coexistência de nossos aspectos orgânicos e digitais é refletida nas mais novas criações de Paulo Arraiano. Suas pinturas nos convidam a contemplar a imensidão, com a certeza de que somos parte da continuamente acelerada geração de "scrolls and swipes."
Texto de Gabriela Maciel
(EN)
In a critical reflection of his time, such as satellites moving and drifting in certain orbits, Paulo Arraiano uses his body and movements based on gestural abstraction, thus creating a direct correlation between the body and the natural flow. The result of this process culminates in images similar to what we see in photographic and digital records made by satellites.
In a context of transformation of human perception influenced by the digital innovations of our society, a dialogue is created between the post-digital era and the organic essence of our natural being, immersed in an electronic environment. Those elements symbiotically contribute to drive the body to its ancient basic elements of human existence although constantly perceived by technology. The "digital act" contrasts and coexists with our human nature in an eternal cross communication. The continuous influence of our own accelerated pace, propagates in a new paradigm of new media and digital realities that alters our perception of time, space and reality, in contrast to the availability of a sensory contemplation.
We interact through analogic and electronic signals of subtleties and speed, guided by information that travels throughout artificial satellites. Orbit bodies, created by man, thousands of them, are constantly flowing through the sky and directly acting in our daily lives. Far from our eyes, they constantly influence us. We receive their information as we also move by various routes and at varying speeds, virtually connecting sky to earth. The coexistence of our organic and digital aspects is reflected in Paulo Arraiano’s newest creations. His painting invites us to contemplate the deepness of the sky, without loosing the certainty of being part of a continuous accelerated generation of "scrolls and swipes."
Embodying cultural and physical shifts, currently redefining the city of Rio de Janeiro, is the former Bhering factory. Located at the port region of the city. 20,000 square meters of what used to be an abandoned German iron and steel construction, now daily occupied by a flock of creative minds. Impressive in its industrial innards, the aspects of a once powerful and afterwards ruined factory, now remains, partly renovated by its tenants, providing a unique type of inspiration.
Paulo Arraiano held numerous solo and group exhibitions as well as site specific projects, of which stands out "Point of View" at Palace Of Pena (Sintra, Portugal); "Down to Earth" at The Dot Project Gallery (London, United Kingdom); “1/81” Coa Museum (V. N. Foz Côa, Portugal); "Fold/Fault" at Forty/Forty Gallery (Warsaw, Poland); “Circles Of Hope”, Trädgården (Stockhoml, Sweden) and many others.
The artist has also participated in multiple international and public art projects and his works are part of various public collections, such as Luciano Benetton (Italy); Zewnetrznej Sztuki Foundation; (Poland); D. Luís Foundation / Museum Quarter, (Portugal), Pestana Group Collection / Cidadela Art District (Portugal); Museé d'Art Moderne (Luxembourg) and the CAC Museum (Malaga, Spain).
For his latest exhibition the artist shows works made only in 2016 that consists mainly of two-dimensional pieces and installation. Paintings in large and small formats are presented and displayed in the gallery, creating their own rhythm and a feeling of closeness and remoteness, such as the zoom in and zoom out of images sent by satellites. This new series is inspired by human relationship within the contemporary society context, controlled by artificial satellites.
Text by Gabriela Maciel